quinta-feira, julho 20, 2006

JA CHEGA!



Não posso mais calar a indignação que se tem apoderado de mim nas últimas semanas.

Os Exames Nacionais são a maior aberração alguma vez inventada. Nem sequer me dou ao trabalho de argumentar muito a vergonha que é o peso que lhes é dado na candidatura ao ensino superior. Por mais que me digam que é a única forma de colocar todos os alunos em pé de igualdade porque diferentes escolas/professores têm diferentes níveis de exigência, continuo a achar absurdo que 3 anos de vida - testes, trabalhos de grupo, trabalhos de casa, comportamento, etc... - contem tanto como 2 ou 4 horas de exame. Principalmente quando os exames dão, perdoem-me a expressão, BARRACA!

Isto é nitidamente a lei do menor esforço para todos. É muito mais fácil atribuir um número a um aluno em função de um único exame (muitas vezes completamente desfasado da realidade do ensino secundário e do leccionado nas aulas) do que investir na formação dos professores e fiscalização dos critérios de exigência das escolas para assegurar maior igualdade. Não é por falta de pessoal dado o número de professores no desemprego portanto só pode ser por falta de vontade (política?).

Mas o que mais me tem indignado nos últimos tempos é mesmo o exame de Química, código 642 (programa novo), do qual fui vítima. Exacto! Fui vítima de um exame e do tratamento que quer os responsáveis quer a opinião pública lhe estão a dar. A ministra tem toda a razão nos argumentos que dá para a possibilidade de repetição: o problema não é terem havido muito más notas, é existir injustiça entre os alunos do programa novo e do programa antigo que concorrem em pé de igualdade ao ensino superior.

Portanto censuro veementemente todo o oportunismo que se gerou à volta desta excepção por parte dos pais de alunos/alunos de outras disciplinas em que tal não se verificou, bem como o oportunismo político dos partidos da oposição, nitidamente à procura de protagonismo.

Mas a ministra também não resolveu o problema. Como se sabe o exame da 2a fase já estava redigido muito antes da realização da 1a fase, e como é lógico não foi alterado devido à polémica. Assim, como eu previa, a repetição do exame não vai melhorar significativamente as notas de ninguém e a injustiça mantém-se. O exame era igualmente dificil e novo (embora menos estapafúrdio).

A diferença é que o ministério conseguiu calar os alunos de química. Agora somos vistos como os meninos queridos do Ministério por toda a opinião pública, quando na verdade continuamos a ser os desgraçados que se lixaram. =/ Tenho dito!

2 comentários:

Filipe disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

tens dito... e mto bem! concordo ctg...! apenas penso q a ministra n teria razoes suficientes para por em hipotese a repetiçao do exame... pois os alunos do programa antigo tiveram um exame correcto e so n tiveram boas notas pq, se calhar, n estudaram o suficiente.

Escrevi ao GAVE e, a resposta foi qq coisa como, os exames n tinham erros, n faz sentido o q nos esta a enviar. E pronto, é assim q se resolvem os problemas em Portugal, n assumindo responsabilidades! enfim... :\