terça-feira, novembro 13, 2007

Os ciumes...


Existem namorados ciumentos dos amigos das namoradas, filhos com ciúmes dos pais, pais com ciúmes dos amigos dos filhos, amigos ciumentos do tempo que os amigos não lhes dão...
O ciúme faz parte da nossa natureza. É uma manifestação e uma consequência do acto de "gostar" de outrém.

Podemos definirmo-nos como não sendo "muito ciumentos" mas somo-lo sempre um pouco, certo? Quem nunca sentiu que a atenção de quem ama está a ser desviada para outras pessoas? Não é preciso pôr em causa a fidelidade emocional da pessoa em questão - ciumentos não são só aqueles paranóicos que vêem a namorada olhar para um rapaz e assumem que ela os vai deixar por ele. Basta que durante algum tempo sintamos que quem amamos está demasiado distraído com o que o rodeia, com quem o rodeia.

E ter ciúmes é sempre, ou de todo, mau? Eu cá sempre disse que odiava pessoas ciumentas. Mas acho que queria dizer "controladoras" ou "inseguras", aquele tipo de pessoas que restringe os actos de quem ama de forma a não ter de pôr à prova a sua capacidade de saber quem é e o que vale. Porque um ciúme "moderado" acaba por ser um óptimo sinal de comunicação não verbal entre duas pessoas. Uma forma de sinalizar que existe uma carência ou um excesso de afecto. Uma forma de dar valor.

E quando é que o ciúme deixa de ser saudável? Quando uma das duas pessoas na relação, ou ambas, são monopolizadas. Quando deixam de ter espaço para crescer com outras pessoas, acabando por atrofiar e ser menos ricas em interacções com outros. Quando a insegurança de um provoca o isolamento do outro. Ou em qualquer ponto no tempo em que isto comece a acontecer como é óbvio.

E agora a fórmula matemática do ciúme:
1. Todas as pessoas que rodeiam um indivíduo A têm um potencial de atracção X (que pode ser positivo ou negativo)
2. Se essas pessoas se sentirem atraídas pelo indivíduo A então o potencial passa para X elevado a 10 (com o menos fora do parêntisis, caso seja uma atracção negativa, para se manter negativo =p)
3. Se essas pessoas se sentirem atraídas pelo indivíduo A e este souber, então o potencial passa para X elevado a 100!

Podemos ter ciúmes do tempo que quem amamos dedica aos outros, da profundidade da relação que estabelece com os outros ou de eventualmente sermos substituídos por outros. Ter ciúmes vamos ter sempre. Solução? Talvez só ir analisando as situações para saber quando intervir - nada de assassinatos ou assim, se conversar não resolver o problema então há que decidir se a causa dos ciúmes é real e suficiente para desistir ou se é real e dá para lutar ou ainda se não existe. E é essencial que nos apercebamos de quando aquela pessoa está simplesmente a construir-se a si própria de forma independente de nós, tornando-se ainda mais interessante.

2 comentários:

Cate disse...

Não podias ter dito melhor, Cláudia babe!

Eduardo disse...

a cláudia é nerd dos ciumes.